Em discurso na tribuna nesta quinta-feira (3), a senadora Ana Amélia (PP-RS) questionou os representantes do governo que tentam desqualificar o ex-líder do governo do PT, senador Delcídio do Amaral, por causa da suposta delação premiada em que ele acusa a presidente Dilma Rousseff de tentar interferir na Operação Lava Jato da Polícia Federal.
O conteúdo da delação foi divulgado nesta quinta-feira pela revista IstoÉ. Para a senadora, não se deve desqualificar o que Delcídioteria dito, somente pelo fato de ter sido divulgado antes da delação ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Ela disse que mais importante que o detalhe jurídico é o conteúdo da declaração do senador. O PT repete o que fez na época do mensalão, lembrou a senadora, ao tentar desqualificar depoimentos.
Ana Amélia disse que as revelações feitas por Delcídio do Amaral abrem o véu da caixa-preta que ainda não havia chegado ao centro do poder. A gravidade da delação premiada dele reside exatamente na riqueza de detalhes da delação prestada por ele à Justiça.
— A delação tem um custo. O delator não faz delação sobre um pau de arara. Ele não é obrigado a fazer. Ele o faz por livre e espontânea vontade, sujeito a uma série de penalidades. E, se mentir, ele pagará também pela mentira perante a Justiça. Então, eu não acredito que essa delação não tenha sido fruto de uma invenção. Agora, tentar desqualificar o depoente, neste caso, é uma tentativa de encobrir graves irregularidades — disse a senadora.
Ana Amélia considera especialmente grave a informação de que a presidente Dilma Rousseff teria indicado para o Superior Tribunal de Justiça alguém que poderia dar decisões favoráveis a pessoas investigadas pela Lava Jato.
— Interferir no Poder Judiciário, fazendo escolhas de cartas marcadas, para que a decisão seja favorável a este ou aquele indivíduo envolvido nessas operações, na Lava Jato, é inaceitável. Isso retira a independência do Poder Judiciário. Isso não pode acontecer — acrescentou.
Por: Agência Senado e Assessoria de Imprensa - 03/03/2016
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